Do you want a free hug?

A involução dos Bichos ou a Estrela (de)cadente

Nasce um novo dia na Granja dos Bichos. E como é triste saber que ninguém se lembra mais da expulsão dos homens. Ninguém mais se recorda dos primeiros sete mandamentos, ou mesmo do velho Major e suas explicações sobre a ordem natural das coisas. Do quão absurdo se parece a dominação de poucos através da exclusão dos muitos.
A memória fraca dos que trabalham não nos permite ver que o que trouxe os porcos ao poder foram suas origens, e agora eles bebem champanhe e vestem fraque. Se distribuem regalias e relegam migalhas aos outros. Anunciam maravilhas através de retóricas e se protegem por detrás dos cães.
Somos todos pérolas dadas aos porcos. E da ignorância de muitos e da aceitação de poucos, os porcos se sustentam. E terão novos e belos dias para firmarem o seu poder.
Parabéns ao Presidente eleito desta nação, por conseguir subverter-se e se engrandecer ainda mais. Mesmo que fosse o outro, ainda assim, estariamos relegados aos porcos.

É a cultura brazuca...

Paulo Coelho vai virar filme... E Jack Nicholson vai dirigi-lo. Não sei por que, isso me faz rir. A autora da proeza é a produtora americana (claro que é americana...) New Line, que, pelo menos, se esforçou na escolha. A "obra" escolhida é Onze Minutos, que narra a trajetória da famigerada Maria, uma brasileira que virou prostituta na Europa, e através da profissão, vivenciou trepadas transcendentais e esperimentou a, bizarramente descrita, "libertação" trazida pelo sadomasoquismo... E é claro, percorreu o caminho que leva a Santiago de Campostela e conheceu um amor espiritual.

Num primeiro olhar, o livro nem parece que tem magia, mas é só avançar um pouquinho nas páginas, pra ver que é cheio dos exageros ridículos e lugares-comuns paranormais de Paulo Coelho. Sem todo esse carnaval, seria apenas mais uma história de uma prostituta de luxo tupinikim. Obviamente o livro seria melhor. Não que O Doce Veneno de Escorpião seja melhor. Mas Bruna Surfistinha também já é um chute no saco!

Aderindo com alegria...

Como toda a turma decidiu parar suas atividades blogueiras por conta do Foco 2006, por que logo eu, que não tenho um blog tão importante assim, não iria aderir? Enquanto isso, você pode ir dando uma olhada aqui, no blog que nós estamos fazendo para o evento. Sexta-feira eu apareço la, com uma super entrevista com o Mr. Manson do Cocadaboa.

E pra comemorar em grande estilo...

Melhor, só com uma garrafa de Johnnie Walker

A inspiração para esse blog. Possivelmente a inspiração que eu preciso nesse momento. Para quem não precisa de nada: a música é linda. É a faixa 7 do último Cd da banda, How to dismantle an atomic bomb, altamente recomendado. E nesse ponto, eu não sou suspeita pra falar. Enjoy.

Confira mais no site do U2. Entrando no site, você pode inclusive ouvir a música que o U2 cantou em parceria com o Billy Joe Armstrong do Green Day, em setembro, na reabertura do Estádio Superdome, em Nova Orleans, destruído pelo furacão Katrina, que arrasou a região em agosto de 2005. O festival foi feito em homenagem as milhares de vítimas do furacão.

A árvore da salvação

Ela se levantou e era um domingo comum. Respirou o mesmo ar, provou o mesmo gosto do seu próprio hálito, e contrariando qualquer previsão de Heráclito, molhou o rosto com a mesma água de ontem. E agora era a raiz de tão famosa árvore: assim como o primeiro Buendia, aterrava-se por concluir que os dias repetiam-se todos iguais. Era enfim, um domingo, por sua própria descrição de ser.

E foi assim de espírito que ela abriu a janela do mundo, e sentiu a lufada que lhe traria novo ânimo. Era ELe, a quem muitos ousavam mencionar. A quem ela própria, admitia pouco conhecer. E ele a deixara um recado. Pena, fosse impalpavel, ela não pudera tocar. Mas olharam todos os que tinham olhos de ver.

Tem aquela musiquinha do Ayrton Senna?

Vitória. Jornalismo digital finalmente me trouxe algo de prático. Me apaixonei pelo Cocadaboa.

Auto assepsia

00:00. Ela olha de novo pro relógio. 00:15. A página em sua frente ainda está em branco.
- Ah, quem me dera isso fosse um papel. Talvez esteja todo mundo certo em me dar um chute na bunda. Eu sou tradicional, porra! Eu escrevo cartas. Namoro um de cada vez. E nunca, nunca mesmo, mais de um na mesma cama. Eu nunca nem puxei um beck. Crystal meth entao, nem pra emagrecer.
Um suspiro. Dois.
- Pra quê dizer tudo isso? Ninguém vai ouvir. Porra!
Foi o porra mais romântico que ele já tinha ouvido na vida. Foi um gemido. Quase um orgasmo. Era um pedido de socorro.
Ele entrou no quarto, decidido a tirá-la daquele auto-ostracismo. Ela estava se esquecendo em algum canto do mundo. Na verdade, sonhou que entrara e covarde como uma galinha, voltou dois passos e, rastejante, sumiu na escuridão.
E ela ficou ali desesperada. Exalando uma piedade apaixonante irrespiravel, imperceptivel.

Ela só precisava fazer um trabalho de universidade. Tinha apenas que mandar alguns e-mails. Mas sofria como um gado de corte.

Revolução às 3 da manhã ?!?

Tava lotado... Meu Deus, como tava quente! E como sempre ela suava em bicas. Mas aventurou-se como sempre, e no fim das contas, tudo virou diversão.
E então ela entrou e sentou. Vitória. Polida como uma lady. Boçal como uma universitária. E foi ai que se fez a luz e a luz fez dela uma refem. Ficou aprisionada em um mundo de merda, de desgraça mesmo, dessas das grossas. Uma dimensão em que o riso nem mesmo distrai das feridas.
E o que ela podia dizer sobre a peça? Perguntavam afoitos, todos os transeuntes. (Ora bolas, uma peça dessas fica marcada até na testa). E ela só sabia dizer, (com essas pausas mesmo...):
-Ma-ra-vi-lho-sa!
Era uma porra de vida, mas a decadência é tão maravilhosa! E até ela saiu feliz, por rir da desgraça fictícia dos outros. Que era tão fictícia, que era dela também. E suspirou sonhadora:
- Ah se eu conhecesse o Nietzsche! Dava até pra dispensar o Gerald Thomas...

O dia do Senhor

Nem era domingo e ela me disse:
-Você já leu Jesus, o maior psicólogo que já existiu?
E assim, sem pedir licença, me tirou do mundo saramaguiano em que José e o Templo de Jerusalem eram tão palpáveis quanto a profusão de 507 e 125 que passavam por aquela Reta da Penha abarrotada. Era sexta, 4 da tarde. Mas para mim, era o dia do Senhor.
- Não. Infelizmente eu nunca li. Mas muitas pessoas já me recomendaram.
Eu dizia e pensava se aquilo era mesmo verdade. Será mesmo que algum desavisado iria me indicar um dos maiores best-sellers da auto-ajuda mundial? Na verdade, pensara. Em um rompante fui interrompida pela triste e interna constatação: "E ainda dizem que ler em público afasta as pessoas..." E ela não tinha sido a primeira.
Mas no fundo eu sou uma otimista. Por mais assaltos que eu sofra, sempre concluo que no fim, tudo vira experiência de vida. E a resposta veio a galope.
- Você quer que eu te empreste? Na verdade eu vou até te dar. Desde que com uma condição: que você repasse para outra pessoa depois que acabar de ler. Anota ai meu telefone, ou melhor, a gente pode marcar um horario na segunda-feira pra você buscar o liv... E daí por diante.
E agora vejam só: eu faço parte de uma corrente! Literata, humanizada, afável, quem sabe até religiosa. Como talvez a pós-modernidade jamais pensasse engendrar.
Uma corrente! Começada por alguma professora de sociologia, não sei quando e nem onde, cujo único objetivo é disseminar as reflexões psicológicas do Cristo, supostamente compiladas e interpretadas em um livro.
Naturalmente eu estou empolgada. E por falar nisso: Você aí! Já leu Jesus, o maior psicólogo que já existiu?

Ainda dá tempo!

Outros dois filmes, que já estrearam há alguns dias, mas ainda estão em cartaz no Estado:

- Menina má.com: Produção que vem sendo aclamada pela crítica por trazer o tema da pedofilia fugindo da tradicional dualidade vítima/agressor e por apresentar de forma maestral o confronto psicológico entre os personagens principais. O longa, estrelado por Ellen Page e Pratick Wilson, e dirigido por Hard Candy, conta a história de uma menina de 14 anos que conhece um homem mais velho em um chat na internet e no primeiro encontro o dopa e tortura. Uma das cenas mais comentadas é a mutilação genital do "pedófilo" feita pela menina, que tem arrepiado as platéias masculinas.

Em cartaz no Cine Ritz Jardins.

- O Diabo veste Prada: Estrelado pela tarimbada Meryl Strep e por Anne Hathaway, e dirigido pelo também Sex and The City, David Frankel, o filme é inspirado em um livro honônimo, escrito por Lauren Weisberg, ex-assistente da editora da Vogue Inlesa, Anna Wintour, conhecida pelo seu gênero odioso. Na trama, a história é basicamente a mesma vivida por Lauren: uma assistente novata sofre toda a sorte de humilhações por parte de sua chefe, uma editora de moda famosa, respeitada e insuportável, e com isso acaba conhecendo a parte desconfortável dos bastidores do mundo da moda. Criticado por alguns absurdos (Como uma simples assistente se vestir em um elegantérrimo longa Chanel), o filme só anda ganhando ponto mesmo pela elogiada atuação de Streep.

Em cartaz no Kinoplex Praia da Costa e no Cine Ritz Norte-Sul.

Estreando nos cinemas

- O Brilhante Dália Negra, novo filme de Brian de Palma, baseado no livro honônimo, considerado uma obra-prima da superviolência. O filme, extremamente noir, foi escolhido para abrir os Festivais de Veneza e do Rio de Janeiro e conta a história de dois investigdores que tentam desvendar o assassinato brutal de uma aspirante a atriz. Estrelada por Scarlett Johansson e Josh Hartner, a trama vem dividindo os críticos. Alguns o aclamam e consideram Dália Negra um dos melhores filmes de 2006 e outros se mostram extremamente decepcionados, chamando as atuações das estrelas principais de "desastrosas", as de De Palma, pouco "criativas" e cunhando Dália Negra como o "pior Brian de Palma de todos os tempos". Uma curiosidade do filme é a aparição da voz de Brian de Palma, nos filmes fictícios feitos pela atriz morta, assistidos pelos investigadores.

Em cartaz no Kinoplex Praia da Costa, Cine Ritz Jardins e Cine Ritz Norte-Sul.

- E o brasileiro Muito gelo e dois dedos d'água, do diretor Daniel Filho, que já é dono da terceira maior bilheteria no Brasil esse ano com a comédia Se eu Fosse Você. O filme é um humor negro que conta a história de duas irmãs que decidem se vingar da avó por causa de maus tratos sofridos durante a infância. O maior bafafá da trama é a cena em que Mariana Ximenes, uma das maiores mocinhas dos folhetins aparece fumando maconha.

Em cartaz no Kinoplex Praia da Costa e Cine Ritz Norte-Sul.

Experimente estas:

O mundo anda tão complicado – Legião Urbana
The playboy mansion – U2
Casa – Lulu Santos
She’s leaving home – The Beatles
Heart of the house – Alanis Morissette
Bring it on home – Led Zeppelin
Passe em casa – Tribalistas
Maior abandonado – Cazuza
Wuthering Heights – Kate Bush ou Angra
Jeremy – Pearl Jam
Still take you home – Artic Monkeys
Thank you - Dido
Not coming home – Maroon 5
Vida de Salário - Casaca

*Eu tentei pôr os links, mas não foi possivel. Mas, você pode ouvir as músicas na Rádio Terra.

Maiores informações sobre as bandas? Ora bolas, procure no google!

E se voce quiser saber tudo sobre a melhor banda do mundo, é só olhar aqui!

Um pouquinho de mim...

Casca vazia

Um dia desses eu andei de bicicleta!
E depois de muito tempo, senti um gostinho de infância
e um aroma de cidadezinha interiorana
que nenhuma independência ou grande município podem superar...

Acho que estou com saudade...
Das casas com quintal e das ruas de paralelepípedos,
Dos vizinhos que se conhecem e se emprestam açúcar,
Da igualitária horizontalidade vencida pela lucrativa verticalização.

Hoje meu mundo se constrói pelo mundo dos outros...
Um apartamento ao lado e eu não posso gritar...
Um vizinho de baixo e eu tenho que pisar delicado...
Uma greve de motoristas e não se vai mais a lugar algum...

E consiste na inexistência de alguém...
Um único prato na mesa...
Uma novela inteira sem comentários...
Entrar e sair de uma casa vazia...

Talvez eu seja uma casa vazia.
E estou em busca de novos moradores...
Que façam bagunça no meu estômago,
troquem idéias no meu cerébro
e se reúnam no meu coração...

Meu corpo precisa ser povoado!
Alguém mais se candidata?

Pra começo de conversa...

Esse blog surgiu como todos os outros de uma idéia, e como todos os outros, possui uma pretensão dichavada de dominar o mundo. Receio não ter perseverança para isso...

No entanto eu vou tocar o barco enquanto o vento me ajudar. Se eu chegar a ter algum público, peço desculpas adiantadas por não poder postar com a assiduidade que a blogosfera exige.

Peço desculpas também por não possuir uma definição clara do que irei fazer para apresentar-lhes, mas saibam que com o tempo vocês a perceberão com clareza.

Obrigada pela atenção e voltem sempre.

"Don't you worry about a thing today. Take the heat from the sun." De início é que estou metaforicamente fazendo.